Passam por mim, sinto-lhes os passos...no ar a suas respirações e nem por isso uma palavra. Mas existem, são os outros. São gentes...gentes que cruzam o meu caminho e em mim deixaram o seu rasto.
Partes de mim, silêncios meus e até sombras de uma vida...

Um lugar, várias histórias e uma imensidão de palavras constituem a verdadeira essência das"Gentes" da minha terra.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Gritos de revolta



Revolta é o que sinto cada vez que os meus ouvidos são absorvidos por injustiças. Não aguento tanta hipocrisia social e falsas preocupações.

 
São estes momentos que trazem até mim pensamentos de revolta, gritos silenciosos e uma vontade de fugir deste lugar. Este lugar, esta terra que não nos protege, que nos humilha a cada dia e nos desilude a cada valor que se perde.

Não me considero a mais pura das cidadãs, pois também eu tenho as minhas falhas e as minhas perdas individuais. Mas jamais pisarei os outros, humilharei seja quem for e tratarei como inferior o mais simples dos mortais.

Grito com uma força que o meu corpo não suporta e mesmo sabendo que ninguém me ouve, repito-o para que a minha indignação se atenue.

Porquê?

Mas porque é que aqueles que não lutam e só conhecem o facilitismo social têm oportunidade de percorrer caminhos direitos sem encruzilhada e no fim nem reconhecerem o sabor de uma caminhada árdua? Porque é que aqueles que não merecem e não se esforçam conseguem o prémio pelo qual muitos lutaram? Que nos vale o esforço de uma vida, se basta um sorriso de alguns ou um familiar bem posicionado para que o fruto do trabalho de outros lhes seja concedido?

Não sou contra às cunhas, nem às recomendações, pois estas são das poucas oportunidades que um jovem da geração de 500 tem para mostrar os seus conhecimentos e ter acesso a um mundo de trabalho mais digno. Mas a cunha não tem que ser um sinal de facilitismo para os incompetentes nem motivo para pisar aqueles que realmente tem o seu mérito. As oportunidades são dadas e mesmo que não merecidas devem ser valorizadas. Quando assim não é devemos ter o bom senso de arrumar as "tralhas" e deixar os outros crescer.

Minha gente é hora de enfrentar o que nos destrói e nos coloca na situação onde estamos! Podemos aumentar a austeridade mas enquanto não acabamos com as mentalidades mesquinhas e provincianas de hoje nunca mais conseguiremos evoluir para um país melhor, mais justo e mais competitivo.

Será que alguém me ouviu? Possivelmente não...continuam demasiado centrados no seu próprio ego que se esquecem de ouvir os que sonham e que lutam todos os dias por sobreviver e ainda assim ser feliz.

Até breve!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Relato de um acorde sensual




"A beleza do teu rosto é algo que me fascina, não pela perfeição dos teus traços, mas pela naturalidade da tua expressão.

Deixo-me navegar pelo teu olhar, percorro o som que transformas com as tuas mãos e mergulho suavemente na tua música.

Neste lugar que nos pertence transformas o simples num momento único, uma música numa dedicatória e fazes-me sentir a mais completa de todas as mulheres.

Deixo que as minhas lágrimas traduzam a emoção que a tua voz provoca . 

Caem suavemente...

Apenas um olhar e transformam-se num sorriso."


Para muitos este pode ser apenas um quadro romântico, mais uma comédia fácil repleta de romantismo onde a felicidade não passa de uma bela imagem de ecrã. Para mim contínua a ser um encontro perfeito entre dois personagens de uma realidade única, onde a felicidade pura é única razão que os faz ser completos.

Até breve!

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Desprezo no feminino


Gostava de entender, mas parece-me demasiado complexo para que a minha percepção das coisas consiga alcançar. Compreender uma mulher é algo que exige um esforço acrescentado e uma flexibilidade fora do normal. Já para não falar da paciência em doses industriais.
Sim continuo a ser mulher, mas cada vez mais rendida à visão masculina da vida. Não estou a negar as minhas origens, até porque respiro emoção e sentimentalismo a cada palavra, mas a minha curta vida ensinou-me como nós mulheres somos umas grandíssimas ordinárias. Perdoem-me minhas leitoras pelas palavras fortes. Mas todas vocês já sentiram na pele a crueldade feminina e desejaram aderir ao racionalismo masculino, não é verdade?
Por mim falo…ser olhada ao pormenor, ser avaliada pela indumentária e ser criticada pelos comportamentos sociais são tudo momentos pelos quais vivi e que em muitas vezes respondi à letra. Mas não é deste tipo de mesquinhices que me refiro, porque estas são demasiado simplórias e ridículas que lamento ter dado importância. Refiro-me à verdadeira crueldade feminina e ao ridículo que as mulheres mal-amadas se expõem. Criticar os outros e utilizar os amores de trazer por casa para enaltecer uma felicidade disfarçada é algo que desprezo, mas acabo por desculpar, pois aprendi que a felicidade é algo que não está acessível a todos, mas apenas aqueles que lhe sabem dar valor. 
Continuo a guardar no meu baú as mulheres da minha vida e a libertar espaço para as que entram de novo, mas continua demasiado pequeno para as que na verdade não interessam.
Até breve!

O velhote do metro


Todos os dias te encontro no mesmo lugar de sempre, a tua silhueta não mudou durante a noite e o teu rosto continua perdido da mesma forma. Pergunto-me quem és e de onde vens, mas sinto-me intimidada pela tua presença e receio aproximar-me.
Não existe um único dia que não te olhe, que não procure respostas e não formule novas perguntas. Perdoa-me por invadir o teu espaço mesmo que não o sintas, perdoa-me por questionar sobre a tua vida e procurar em silêncio razões para te encontrar neste lugar.
Não sei quanto medes, mas pareces-me tão alto que não consigo alcançar. Não sei a tua idade, mas sinto que não és tão velho como as tuas marcas deixam transparecer. Porque estás aqui neste lugar? O que te aconteceu para que o teu mundo seja uma estação repleta de rostos passageiros? Conta-me em silêncio o que te levou a esta solidão?
Continuo a ganhar um pouco mais de coragem todos os dias para te olhar mais de perto, mas não a suficiente para conhecer a tua história.
Até breve!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A tua música em mim...



Sentada ao teu lado...
A música toca e não consigo parar de te olhar. O teu rosto forte disfarçado por um sorriso de menino cega-me a visão, mas leva-me para um mundo que está para além do que se vê. Perco-me nesta letra e recordo a primeira vez que a tua guitarra tocou cada uma destas notas e volto a ouvir esta canção bem por trás da minha orelha. Arrepio-me!

Fecho os olhos e tento concentrar-me para conseguir escrever um pouco das histórias que tenho vindo armazenar na minha cabeça. Mas o teu corpo está tão próximo que não me consigo separar das sensações que a tua respiração me causa...

Mergulhada em ti me despeço por hoje...

Até breve!