Passam por mim, sinto-lhes os passos...no ar a suas respirações e nem por isso uma palavra. Mas existem, são os outros. São gentes...gentes que cruzam o meu caminho e em mim deixaram o seu rasto.
Partes de mim, silêncios meus e até sombras de uma vida...

Um lugar, várias histórias e uma imensidão de palavras constituem a verdadeira essência das"Gentes" da minha terra.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O velhote do metro


Todos os dias te encontro no mesmo lugar de sempre, a tua silhueta não mudou durante a noite e o teu rosto continua perdido da mesma forma. Pergunto-me quem és e de onde vens, mas sinto-me intimidada pela tua presença e receio aproximar-me.
Não existe um único dia que não te olhe, que não procure respostas e não formule novas perguntas. Perdoa-me por invadir o teu espaço mesmo que não o sintas, perdoa-me por questionar sobre a tua vida e procurar em silêncio razões para te encontrar neste lugar.
Não sei quanto medes, mas pareces-me tão alto que não consigo alcançar. Não sei a tua idade, mas sinto que não és tão velho como as tuas marcas deixam transparecer. Porque estás aqui neste lugar? O que te aconteceu para que o teu mundo seja uma estação repleta de rostos passageiros? Conta-me em silêncio o que te levou a esta solidão?
Continuo a ganhar um pouco mais de coragem todos os dias para te olhar mais de perto, mas não a suficiente para conhecer a tua história.
Até breve!

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