Todos os dias te encontro no mesmo lugar de sempre, a tua silhueta não mudou durante a noite e o teu rosto continua perdido da mesma forma. Pergunto-me quem és e de onde vens, mas sinto-me intimidada pela tua presença e receio aproximar-me.
Não existe um único dia que não te olhe, que não procure respostas e não formule novas perguntas. Perdoa-me por invadir o teu espaço mesmo que não o sintas, perdoa-me por questionar sobre a tua vida e procurar em silêncio razões para te encontrar neste lugar.
Não sei quanto medes, mas pareces-me tão alto que não consigo alcançar. Não sei a tua idade, mas sinto que não és tão velho como as tuas marcas deixam transparecer. Porque estás aqui neste lugar? O que te aconteceu para que o teu mundo seja uma estação repleta de rostos passageiros? Conta-me em silêncio o que te levou a esta solidão?
Continuo a ganhar um pouco mais de coragem todos os dias para te olhar mais de perto, mas não a suficiente para conhecer a tua história.
Até breve!
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