Passam por mim, sinto-lhes os passos...no ar a suas respirações e nem por isso uma palavra. Mas existem, são os outros. São gentes...gentes que cruzam o meu caminho e em mim deixaram o seu rasto.
Partes de mim, silêncios meus e até sombras de uma vida...

Um lugar, várias histórias e uma imensidão de palavras constituem a verdadeira essência das"Gentes" da minha terra.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Encontro inesperado



Nos meus rascunhos...há uns dias atrás...

Domingo...

Olho pela janela e o sol já brilha e apesar da leve brisa que se faz sentir certamente que será mais um dia de calor intenso...

Ainda deitada na cama sinto vontade de escrever...tentei voltar adormecer mas o sono desapareceu e deu lugar a uma verdadeira espertina.

Mas a sensação de acordar às 8 em pleno domingo dá-me uma certa frustração, recorda-me que no sábado pouco antes da meia noite já estava a dormir. Que se passa comigo? Será que já sinto a responsabilidade da mudança? Ou apenas cedi depois de um dia cheio de tudo…

Cedo ou não o que é certo é que finalmente arranjei espaço para a minha inspiração…ou não…

Hoje vou contar-vos uma pequena história, daquelas que só acontecem comigo (com os outros).

Num dia desta semana, igual a todos os outros, acordo, tomo banho e olho pela janela para escolher a indumentaria...saio a correr e apanho o autocarro que me vai levar ao meu destino, ao trabalho.

Coloco os “fones” e deixo-me perder por pensamentos longínquos, fecho os olhos e deixo-me penetrar por cada letra, por cada música. Ao fundo uma voz que chama por mim, não percebo que surge da realidade, por breves instantes esqueço-a. Mas continua…então abro os olhos e vejo alguém a olhar para mim. Ainda meio atrapalhada por ter ignorado a sua voz durante alguns segundos, peço desculpa e retiro os “fones”. A senhora de nacionalidade brasileira dirige-se a mim com uma folha branca com alguns escritos e pede para eu ficar com ela, ler e reflectir, depois sai…olhei para trás mas já tinha saído do autocarro.

Esta é daquelas coisas que nos deixam a pensar…porque eu? Será que não havia mais ninguém naquele lugar com ar de quem precisava de ajuda ou foi mesmo o meu olhar apático que lhe fez crer que eu precisava de encontrar o meu “caminho” ?

Quanto ao escrito em si nada de novo mais uma daquelas fábulas que enchem diariamente o nosso correio electrónico. Esta intitulava-se “Pegadas na Areia”, reconhecem? Certamente, mas se não conhecerem basta uma breve pesquisa pelo Google que não faltará páginas com este texto. Não vou transcrever o texto mas basicamente fala de um homem e do “senhor” e do caminho que ambos percorreram…juntos.

Não sou totalmente céptica, nem contra aqueles que espalham a mensagem do "senhor", mas será que existe alguém demasiado ingénuo para acreditar que ele estará por perto sempre que algo correr mal?

Acredito na fé, acredito que há algo superior a todos nós, mas que não nos protege...apenas coloca ao nosso dispor todas as ferramentas para que nós próprios possamos traçar o nosso caminho...

Mas sim, aquele episódio mexeu comigo, não pela história em si mas pela situação...a cada dia que passa sinto que nada é puro acaso,sinto que os outros existem e que estão lá. Por mais que procure um momento só em cada pedaço meu existirá um pouco de cada um de vós...

Depois de algum tempo sem partilhar encontros de todos dias estou de volta...num outro lugar mas na minha terra...

Até breve!


1 comentário:

Ricardo Mendes disse...

Estás a crescer meu amor... cada dia mais, minha grande amiga :)
Olha à tua volta e vê... porque és mais uma das que é do tamanho do que vê e não do tamanho que tem :)
Beijooooooooooooooooo*