Todos os dias cruzamos o
nosso caminho com alguém que nos toca de uma forma íntima, que nos faz pensar e
avaliar aquilo que somos.
Rostos perdidos e
lágrimas escondidas, marcas de uma tristeza tatuada pelas ruas. Passo, olho e
nem um gesto para atenuar o impacto das imagens que me cegam. Choro por dento e
sinto-me perdida num labirinto de emoções, escolho um caminho e sigo o
silêncio.
Por vezes prefiro sair,
trepo uma parede e fecho os olhos para não reconhecer o que me rodeia, optando
pelo caminho mais curto. Mas ainda me deixo ir. Sigo a luz de outras almas
deambulantes, tento acompanhar os seus passos e carrego os seus fardos para no
final do caminho sair com as suas dores.
Ao chegar ao meu destino sinto
o corpo exausto de si próprio por ter suportado uma dor que não lhe pertencia,
fecho os olhos e deixo-me cair sob os lençóis, ainda, quentes de nós. Perco-me
numa ausência de mim e deixo que o peso do meu dia se liberte sem que se
despeça.
Acordo de um sono
profundo, mas breve, que me recompõe e prepara para uma mais uma caminhada.
Até breve!
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