Passam por mim, sinto-lhes os passos...no ar a suas respirações e nem por isso uma palavra. Mas existem, são os outros. São gentes...gentes que cruzam o meu caminho e em mim deixaram o seu rasto.
Partes de mim, silêncios meus e até sombras de uma vida...

Um lugar, várias histórias e uma imensidão de palavras constituem a verdadeira essência das"Gentes" da minha terra.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Angústias de outros tempos




 



Algum tempo atrás...

"As horas passam e não consigo encontrar um motivo para estar aqui. Quero sair, deixar tudo para trás e largar tudo o que me prende a este lugar. Quero fugir. Quero correr para os braços de quem me consola e transformar  todas as minhas lágrimas em sorrisos desmesurados.
Dou por mim bem longe deste lugar, a sonhar e a sobrevoar outra dimensão. Vejo um lugar onde nunca estive, mas ao mesmo tempo parece-me totalmente familiar. Vejo rostos conhecidos, mas olhares renovados. 

Sonho que estou longe, sonho que é verdade, parece-me cada vez mais possível ver o mundo bem longe daqui..."

Até breve!


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Uma manhã díficil...




Acordar e sentir o peso de uma noite longa. Levantar-me e sentir que os meus pés estão longe do chão. Olho-me e não sou mais do que um corpo que se despiu de mim, quero agarra-lo, mas as forças escapam-me e deixo-me ficar por alguns instantes.

Hoje é segunda-feira, a semana começa e não me sinto capaz de suportar cinco dias de ausência de vida. Estou bem, mas o meu corpo está fraco e a minha cabeça repleta de assuntos pendentes. Passei parte da noite a tentar solucioná-los e nem assim obtive uma resposta matinal. Mas não pude deixar que esta fraqueza se apoderasse de mim. 

Perco alguns minutos no banho, gosto de sentir água quente percorrer-me o corpo enquanto me liberto de toda a bagagem que os meus pensamentos carregam. Sinto-me mais inteira, mais forte, mas nem por isso mais leve. 

Saio e os pensamentos parecem desvanecer-se, sigo o meu caminho e deixo que o dia me traga solução para alguns dos meus dilemas.


Pergunto-me todos os dias, não basta ser feliz para que mais nada nos incomode? 

Até breve!

sábado, 24 de novembro de 2012

Caminhando…





Todos os dias cruzamos o nosso caminho com alguém que nos toca de uma forma íntima, que nos faz pensar e avaliar aquilo que somos.

Rostos perdidos e lágrimas escondidas, marcas de uma tristeza tatuada pelas ruas. Passo, olho e nem um gesto para atenuar o impacto das imagens que me cegam. Choro por dento e sinto-me perdida num labirinto de emoções, escolho um caminho e sigo o silêncio. 

Por vezes prefiro sair, trepo uma parede e fecho os olhos para não reconhecer o que me rodeia, optando pelo caminho mais curto. Mas ainda me deixo ir. Sigo a luz de outras almas deambulantes, tento acompanhar os seus passos e carrego os seus fardos para no final do caminho sair com as suas dores. 

Ao chegar ao meu destino sinto o corpo exausto de si próprio por ter suportado uma dor que não lhe pertencia, fecho os olhos e deixo-me cair sob os lençóis, ainda, quentes de nós. Perco-me numa ausência de mim e deixo que o peso do meu dia se liberte sem que se despeça. 

Acordo de um sono profundo, mas breve, que me recompõe e prepara para uma mais uma caminhada. 

Até breve!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Escrever, uma parte de mim...





Tenho saudades de escrever, de ter tempo para as palavras certas, de olhar para o que me inspira e encontrar a forma simples de traduzir as minhas sensações. Tenho saudades de me fazer ouvir, de ir ao encontro dos desabafos mudos das gentes que me rodeiam. Sinto falta da parte de mim criativa que dá ao mundo, por entre linhas, o que demais genuíno tem, as palavras.

Não me considero escritora, nem alguém dotado do poder da palavra, mas sim uma eterna apaixonada pelas letras no seu formato mais íntimo. Posso não usar as palavras mais nobres, nem cumpro cegamente as regras da nossa língua, mas sou uma verdadeira amante das figuras de estilos em todas as suas formas. Para mim basta-me um pedaço de papel e algo que me permita transformar algumas ideias e sensações em palavras. 

Perdoem-me aqueles que não reconhecem em mim uma aspirante a profissional das palavras, mas um dia espero poder escrever algo realmente importante e reconhecido...

Até breve!

 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Sou eu...Feliz!


Sou ar que flutua por entre caminhos sombrios de uma vida que teima em me sufocar. 

Sou alma pura repleta de imperfeições que implora por ser feliz.

Sou ser que acredita que o peso de um mundo desfeito é ultrapassado pela beleza de um sorriso que nos torna diferentes.

Sou eu, mulher inteira fruto de um encontro perfeito.

Sou olhar, sou gesto, sou parte integrante de imagens emocionantes numa cena onde o improvável se tornou inevitável.

Sou eu, parte de nós...um todo que, hoje, me envolve e me torna FELIZ!

Até breve!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Partilhando um copo de vinho com Fernando Pessoa




"Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo." 

Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.
(Fernando Pessoa)



Quantas e quantas vezes não sentimos as palavras de Pessoa como nossas? Quantos são os dias em que lamentamos as angústias que nos perseguem? Quantas noites ficamos de olhos bem abertos sofrendo as magoas que ainda estão para vir? 
Hoje também eu vou querer um copo de vinho, não para lamentar a minha vida, mas para saudá-la por ainda me pertencer.

Até breve!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Perdida em mim

 
 
 
 
Hoje perdi-me e quis voltar para trás, mas pareceu-me tarde demais para começar do início.
 
Pergunto-me tantas vezes, como posso ser tão feliz onde me reconheço e sentir-me desolada onde não pertenço. Porque será que a minha felicidade não transcende outros mundos que não o meu? Será possível um dia encontrar a harmonia entre o que amo e o que me é imposto? Não sei, mas sinto-me cada vez mais fraca para assumir o que repugno.
 
Dizem por aí que a maturidade nos dá sabedoria para ultrapassar as adversidades da vida. Quero acreditar nas palavras sábias de quem conhece a força de viver, mas até lá como poderá uma personalidade controversa como a minha aceitar tudo aquilo que rejeita?
 
Fecho os olhos e tento organizar as ideias desconexas que pairam na minha cabeça, mas não consigo agrupa-las por prioridades. Quero tanto continuar a ser feliz e a viver o melhor momento da minha vida que não consigo suportar a ideia de continuar a ser escrava de um tempo que me corrói.
 
Farei eu parte de uma minoria de gentes intensas e apaixonadas que jamais conseguirão adaptar-se à realidade do mundo cruel e hipócrita que todos os dias corrompe a nossa felicidade? Creio cada vez mais que sim...
 
Até breve!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Em Alcochete...


Apenas um click e descrevo toda a minha emoção numa simples imagem. Um lugar único onde os sonhos mais profundos se tornam realidades de uma vida. Posso fechar os olhos e fingir que nada existe para além deste lugar. Posso imaginar que o mundo não é mais do que uma tela pintada com as cores dos meus desejos. Posso acreditar que não existe nada mais simples e mais belo do que a perfeição que pinta o pano de fundo da minha própria realidade. Posso pensar em várias formas de descrever este lugar e as varias sensações que  ele me desperta, mas seria redutor traduzir por poucas palavras a verdadeira beleza desta terra.

Mas existe algo que posso dizer, algo que só quem conhece e presencia pode entender, algo que não está ao alcance de todos, mas que pode ser conquistado por muitos. Passamos grande parte do nosso dia ansiar chegar a casa, passamos cinco dias da semana a desejar o fim-de-semana, passamos muito tempo a pensar como será o nosso dia no futuro, mas aqui sabemos que enquanto estivermos cá nada será mais importante do que estar apenas aqui.

Até breve!

Conversas comigo

A cada dia que passa tenho mais dificuldade em perceber os outros, não sei se a idade pode explicar esta sensação, mas sinto que a minha tolerância se encontra num ponto quase negativo.
Por vezes dou por mim a pensar se a culpa não será minha e se as atitudes dos outros não são mais do que um reflexo à minha falta de percepção da realidade. Provavelmente nunca terei resposta para esta minha questão existencial, resta-me apenas que o tempo me traga paciência para suportar a estupidez alheia.

Pensamentos Excitantes



Fecho os olhos e procuro em mim as palavras certas para descrever os sentimentos que me envolvem.
Encontro-te em mim como uma pertença, como parte integrante do meu corpo, da minha vida.
Sinto o bater do meu coração e acompanho este som ao ritmo da minha pulsação.
Tocas-me.
Na ausência do teu rosto procuro o cheiro que deixaste em mim e encontro a tua essência.  
Encostas-me a ti e percorro num suspiro as linhas que te desenham. Sei que não estás, mas sinto-te.
Deixo que as minhas mãos deslizem e que devorem os contornos esculturais do teu peito, do teu ventre, do teu prazer.
Quero-te, desejo-te, preciso de acalmar esta ansiedade de ti.

Mergulho em pensamentos perversos, mas enquanto não chegas alimento o meu vicio com as imagens intensas que gravas-te em mim. 

Até breve!