Passam por mim, sinto-lhes os passos...no ar a suas respirações e nem por isso uma palavra. Mas existem, são os outros. São gentes...gentes que cruzam o meu caminho e em mim deixaram o seu rasto.
Partes de mim, silêncios meus e até sombras de uma vida...

Um lugar, várias histórias e uma imensidão de palavras constituem a verdadeira essência das"Gentes" da minha terra.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O rosto da mudança

Tanto tempo sem escrever…sem desenhar sequer uma palavra neste blog. A ausência da minha escrita, dos meus devaneios tornou a minha essência mais vazia, mais distante. Escrever é mais do que transpor para o papel cada pensamento… é dar-lhes vida, dar-lhes consciência para depois perderem a sua intensidade e tornarem-se apenas divagações de momento.

Quando escolhi dar vida a este blog acreditei na sua essência, na sua verdadeira razão de existir… enganam-se aqueles que pensam que deixei de ter assunto, porque a cada dia que passou foram muitos os que atravessaram a minha vida, que trocaram cada linha do meu destino e moldaram cada momento meu.

Foram tantos os dias que procurei uma folha, que abri o meu word para tentar rascunhar qualquer coisa mas foram muitos os textos que ficaram por escrever, histórias por contar e verdadeiros enredos por partilhar. Mas por vezes era tudo tão intenso que tive receio de mostrar o quanto frágil é o meu mundo e tudo aquilo que me rodeia.

Quando nos sentimos tristes, desiludidos ou simplesmente perdidos tornamo-nos demasiado introspectivos, vivemos demasiado o “eu” e esquecemos que lá fora há uma vida que não pára…

A palavra mudança é aquela que mais traduz os últimos meses, pois a metamorfose é o meu estado actual. Hoje nada tem de semelhante com o ontem e o amanhã estou certa que vai ser diferente do que já passou. Estar sozinha comigo fez-me ver os outros de uma forma distante e por vezes desconfiada…fugi das minhas gentes e encontrei o meu lugar longe do meu lar. Comigo trouxe os especiais, os importantes e os inesquecíveis, para trás deixei os outros, deixei as mágoas, as falhas e algumas tristezas. Mas ainda não me despi das marcas, dos medos e das angústias de todos os dias, mas acredito que em breve a ansiedade do querer não vai ser mais do que a tranquilidade do saber viver.

Hoje decidi arrumar o meu “baú”, guardei na minha caixinha cada pedaço meu e nela encontrei tantos sorrisos, tantos rostos felizes e tantos momentos memoráveis…e como todas as arrumações consegui guardar apenas o que é bom de guardar e ainda deixei um bom espaço para tudo aquilo que ainda tenho para alcançar…

Até breve!


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