Passam por mim, sinto-lhes os passos...no ar a suas respirações e nem por isso uma palavra. Mas existem, são os outros. São gentes...gentes que cruzam o meu caminho e em mim deixaram o seu rasto.
Partes de mim, silêncios meus e até sombras de uma vida...

Um lugar, várias histórias e uma imensidão de palavras constituem a verdadeira essência das"Gentes" da minha terra.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pulsação a mil...

Há três dias atrás...

Acho incrível as coisas que me acontecem…
Convívio, amigos e uns copos à mistura.
Começa a época das festas locais, a febra do courato, da mini e dos bailaricos de verão. Quem não gosta da animação, da musica popular e  das ruas repletas de luzes e cor? Eu adoro o cheirinho da gordura no fogareiro. Adoro as noitadas de copo na mão e as conversas de ocasião.
Ontem não foi excepção…jantar com sabor a mar e rumo à feira. Depois de algum tempo partilhado o cansaço começou absorver cada um de nós, afinal a idade já começa a pesar. Quando resolvemos atravessar a vila em busca do carro eis que acontece um episódio deveras insólito.
Não consigo descrever o momento com precisão, até porque no meio da confusão o meu olhar tornou-se estanque. Apercebo-me de uma confusão entre alguns homens, uma cadeira a voar, alguns movimentos bruscos e poucos segundos depois há uma arma, aparentemente de alarme, que dispara.
Não sei dizer muito bem o que senti até porque a minha preocupação era ele, olhava para aquele quadro com alguma atenção sem sequer mostrar algum tipo de pânico. Eu recuei com alguns amigos e ele percebeu que eu estava segura. Ele apreciava cada movimento do louco que disparou. Minutos depois o indivíduo corre e todos os outros correm na sua direcção. Aparece a GNR, muita confusão e num pequeno gesto de magica todo aquele movimento desaparece.
Quando tudo acalmou retomamos a nossa intenção e demos asas à concretização de um momento…correr até à cama e recuperar as baterias da semana. Mas o filme não acabava aqui, metros mais à frente recomeça a confusão e mais dois tiros bem perto nós. Desta vez o som era de uma arma a “sério”. O meu coração bateu, as minhas pernas tremeram e ele levou-me para bem longe.
Saímos daquele lugar em poucos minutos, ainda com a pulsação descontrolada, dirigimo-nos ao nosso espaço e rapidamente adormecemos…
Foi tudo tão rápido, tão inesperado e tão inexplicável. Hoje não sei o que se passou, não sei o desfecho, mas ainda ouço o eco dos tiros bem perto de mim. 

Até breve!

Sem comentários: