Era uma vez uma miúda, uma miúda que comigo partilha o tempo e o espaço, os momentos e os sonhos, mas nem sempre me acompanha nos desejos.
É uma rapariga animada e sorridente, pelos menos é assim que muitos a definem.
São muitas as vezes que a vejo sorrir à vida e a lutar por um desejo infinito de felicidade, mas há algo que não entendo nesta minha companheira.
Não percebo o medo que a envolve, nem os fantasmas que constrói dentro de si. Já tentei interpretar e definir as suas ansiedades, mas dou sempre por mim a discutir com um vazio de incertezas.
Sei que à sua volta construiu uma barreira, uma barreira assente em desilusões e frustrações contínuas. Sei que por trás do seu sorriso esconde, por vezes, uma auto-estima tímida e traída. Sei que receia a felicidade por achar que não a merece e desconfia do amor que se aproxima.
Foram tantas vezes que lhe pedi para não escrever argumentos dramáticos e realizar filmes complexos, mas nem sempre me deu ouvidos.
Mas ontem voltei a partilhar com ela lágrimas de uma dor que não se justifica, de um medo que não existe e de uma angustia que não se explica.
Depois de algumas palavras desconexas reconheceu que negar a felicidade por medo de amar demais seria loucura...sorrimos e tornamo-nos uma só.
Até breve!
2 comentários:
Adorei ler...
Obrigada :)
Também adorei escrever!**
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