Passam por mim, sinto-lhes os passos...no ar a suas respirações e nem por isso uma palavra. Mas existem, são os outros. São gentes...gentes que cruzam o meu caminho e em mim deixaram o seu rasto.
Partes de mim, silêncios meus e até sombras de uma vida...

Um lugar, várias histórias e uma imensidão de palavras constituem a verdadeira essência das"Gentes" da minha terra.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Um lugar vazio...


Ali estou eu...sentada. 

Na mesa o caderno, na mão a caneta, em frente alguém e à minha volta uma mão cheia de pessoas.

Sinto-me bem naquele lugar, reconheço os rostos e tudo parece familiar. Mas estou ausente...

Bem por perto sinto a inquietação do tempo, em mim uma ansiedade constante, em ti a incerteza do momento.

Espreitas o meu rosto, sorris suavemente e escondes algo que não entendo. Retribuo um pequeno rasgo de cumplicidade mas tento olhar para além da tua capa e vejo algo invisível aos outros.

Sei que existes, sei que estás aí e que os teus gestos são verdadeiros. Mas não alcanço a tua consciência. Procuro em mim respostas para as tuas acções mas nem por isso encontro a mais simples das explicações.

Hoje voltei a sentar-me no teu lugar, coloquei a tua capa e tentei viver, novamente, as tuas inquietações, mas o meu "eu" continuava lá. Tentei descortinar o enigma, tentei ler cada traço teu e tentei escrever as páginas em branco. Regressei ao meu espaço e em ti ainda havia marcas de um antes que me assusta.

Sinto os olhares de outros, os seus rostos estão deliciados e as suas noções estão influenciadas por acontecimentos perfeitos.
Continuo aqui...diante de mim estão os meus rascunhos e uma folha em branco.O lugar ao lado está vazio, estou só mas acompanhada por mim.

Estás aí? ainda me ouves?
Provavelmente não...mas eles estão!

Até breve!

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