Passam por mim, sinto-lhes os passos...no ar a suas respirações e nem por isso uma palavra. Mas existem, são os outros. São gentes...gentes que cruzam o meu caminho e em mim deixaram o seu rasto.
Partes de mim, silêncios meus e até sombras de uma vida...

Um lugar, várias histórias e uma imensidão de palavras constituem a verdadeira essência das"Gentes" da minha terra.

domingo, 28 de novembro de 2010

Vários rostos...uma essência!



Um sábado que passou...

Olho à minha volta e perante mim encontro rostos bem além das suas presenças. Corpos femininos, almas distantes, imagens de uma nova vida e em cada vulto uma experiência.

Perante a mesma imagem todas parecemos idênticas, ilustrações femininas repletas de esforço procurando no momento uma forma prática de descontrair a mente e exercitar o corpo.

Por alguns instantes deixo de acompanhar o grupo e desvio o meu olhar para o vazio. Ao fundo uma música que me envolve, um som que me deixa voar…sei que estou no mesmo lugar mas os meus pensamentos estão concentrados no distante que se encontra a minha vida. Perdi o ritmo e deixei-me levar pela revolta que se encontra dentro de mim.

Voltei e tudo estava igual…olhei para cada uma delas e senti as suas presenças. Muitas das histórias que as revelam não fazem parte do meu conhecimento, mas de algumas reconheço as vidas e de outras até conheço as marcas.

Mulheres…seres estranhos, sensíveis e insatisfeitos. Mas por mais que a essência de ser mulher esteja presente em cada uma de nós, a minha pequenina vida mostrou-me que cada uma é um mapa complexo, confuso e cheio de caminhos totalmente desconhecidos. Se com algumas aprendi que ser mulher é ser genuína, ser única e totalmente apaixonada, houve muitas que apenas me transmitiram que a manipulação, a mesquinhice e o culto do “exterior” é que nos trás o fruto que é “nosso”.

Quis aprender a ser fria, a ser forte e por vezes até orgulhosa mas em mim só consta a sensibilidade do agora, a transparência do ontem e o desejo infinito de ser feliz amanhã.

Procuro resposta em cada uma das suas histórias, exemplos e quem sabe motivos para enfrentar o que me assusta, mas o “eu” está demasiado complexo, está confuso e totalmente despido de razão para absorver cada imagem ou pensamento que vislumbra.

Terminou a aula e eu ainda me encontrava totalmente perdida em algumas das confissões que me tinham sido partilhadas, ainda vasculhava respostas mas tive de regressar, respirar e deixar que mais uma vez o tempo me ajudasse…

Até breve!

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